quinta-feira, 24 de abril de 2008

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Experiência




Manhã cinzenta de um domingo displicente, porém marcante.
O tapete de folhas secas, em trilhas adormecidas de árvores seminuas ,prepara o cenário onde nuvens em sua dança frenética fogem para o mar de sua liberdade. O mofo e o bolor cerram uma batalha sangrenta e preguiçosa em muros e esquinas. Casas velhas rangem e estalam, confessando o segredo de sussurros e olhares.
Onde antes desfilavam vestidos coloridos e vidros de botequim. Hoje cemitério de lembranças.
No silêncio da paisagem nublada, janelas murmuram ao vento uma melodia triste de canções de outonos que passaram. Telhados chovem na melodia do tempo, escrevendo brisas frias de rouquidão.
O sabor desta manhã ficou tatuado em meu olhar, como aquele pássaro pousado na praça. Sozinho.
Luciano Martini

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Só eu.

Onde percebes ilusão
eu vejo poesia
entre semi-deuses
eu tropecei na lancheria

Tudo pode ser sem esperar acontecer
Chuva de verão, castelos de imaginação,
sempre viajei sozinho
em jardins de papelão

Sem tudo estar perdido, então.
Eu vou chorar um rio
Mas chorar a luz do luar,
Lagrimas de estrelas, emoção

Ser feliz é não saber, correr...correr...E porque parar?
Deixa a dor não estar
Nunca mais

Seguir é não ter fim
Embalar-se no crepúsculo laranja
Delicado como um poema
Luminoso como um picolé de limão


o céu se esconde em sorrisos...
*
Luciano Martini