segunda-feira, 30 de maio de 2011

Esta minha Loucura


Eu sou um louco
que empunha uma
bandeira branca em
meio a guerra

carrego a espada
até em marchas
pela paz

Se não me seguro
choro em nascimentos
e rio em funerais

E o meu rio
não se contém
que vir a_mar...


Luciano Martini

Longos Corredores


Entre corredores
nos instigam silentes
segredos e murmúrios
Em ágeis sombras que
flutuam em neblinas:

tão sós, tão luas, tão nós...


Luciano Martini

terça-feira, 24 de maio de 2011

Esperança


Não há caminhar sem tropeço
e quando o horizonte se nubla
o sol é um recomeço




Luciano Martini

Barco tristonho


Barco tristonho
permanece na garrafa

Que importa o tamanho?
Lugar de barco deveria ser sempre o oceano...


Luciano Martini

Eu tenho um plano


Eu tenho um plano...
Vou mandar fazer um terno azul e comprar sapatos dourados para festejar a alegria de viver, dançando desajeitadamente até que a minha pele transpire luz e a minha boca profira perfumes.
Vou tatuar em meus olhos a figura de um menino com sua pipa, para que jamais falte a inocência em meu olhar.
Vou cruzar esquinas e praças a procura dos seresteiros que cantam ao luar e, no contorno dos dias amarram fitas brancas nas sinaleiras.
Vou criar um sinal secreto para que todos os poetas da vida me reconheçam, e ao cruzarem por mim nas avenidas da cidade, possam acenar com lenços rasgados.
Vou comprar um relógio que não marque as horas, mas distinga os momentos cruciais do dia, para que eu possa valorizá-los devidamente.
Vou me fingir de morto, mas estarei pronto a renascer, para que no momento certo eu possa recitar os versos que transformam pedra em sorrisos.
Vou me fazer de estúpido, mas a noite arquitetarei projetos para mudar o mundo.
Eu tenho um plano...



Luciano Martini

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Estou Lendo

De mil experiências que fazemos, no máximo conseguimos traduzir uma em palavras, e mesmo assim de forma fortuita e sem o merecimento do cuidado. Entre todas as experiências mudas, permanecem ocultas aquelas que, imperceptivelmente, dão às nossas vidas a sua forma,o seu colorido e a sua melodia.
... desde que passei a ver as coisas assim, tenho a sensação de ,pela primeira vez, estar atento e lúcido.

Trecho do livro "Trem noturno para Lisboa"de Pascal Mercier.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Estrelas Cadentes


do infinito
a atirar-me estrelas com estilingue
e acertar olhos esperançosos
mergulhar neste mar
e encher a boca
com sal(dades)



Luciano Martini