segunda-feira, 23 de junho de 2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Memória Poética


Percepções do meu olhar
fonte do meu sorriso
jardim secreto
colorido


Inacabado


A distância, os quilómetros entre as possibilidades que não existiram, hipóteses abandonadas.

Os objetos que minhas mãos não tocaram, a conversa que não participei, os poemas que eu não li, os abraços que se afastaram.

A melhor noite, eu perdi.

O perfume que eu não apreciei, oportunidades desperdiçei, quando eu tinha que rir, mas eu silenciei.

Devia ter dito. Gritado. Eu podia correr, mas fiquei parado.

As explicações que ficaram por dizer, as músicas que não ouvi, uma voz que é só ausência.

O pôr-do-sol que eu não vi, o mar que não mergulhei, a onda que eu não surfei, a serenata que nunca foi ouvida.

As pessoas que nunca souberam que eu as amava.

A falta de uns segundos mais, uns milímetros mais de coragem, e talvez, poesia. O espaço de ar que ficou suspenso entre esses dois gestos adiados, mudo, pesado, dolorido...

Hoje amanheceu chovendo...


Nem parece um dia de outono, daqueles quando o sol brilha meio baixo na tarde e o céu é de um azul forte e ao mesmo tempo suave como a brisa e a sensação de frescor que ela traz. Hoje a chuva é insistente, envolve tudo em um manto cinzento, esconde as cores, adormece os sentimentos, esfria as emoções.
Sei que devo ser menos benevolente com minha própria preguiça: vontade de fazer nada, de dizer nada, de pensar nada; dormir um sono sem sonhos.Mas, que fazer num dia em preto-e-branco; dia sem vontade, de cores escondidas, de sentimentos adormecidos, de emoções frias.
Outono estranho; como neblina em manhã de Janeiro.