segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Despedida de Outono


Flor que vence o asfalto com músculos de seda
silenciosa, frágil, me inspira esta fábula de outono
numa paisagem cansada, tonta de sono
riscando a solidão e o desencanto da alameda

Ver-te,
desperta em mim uma certa melancolia
de longas perspectivas paralelas
poesias que escrevo, como folhas amarelas
sob um silêncio de livraria


Minha alma nervosa tumultua
neste panteão de lembranças desbotadas
pedaços de mim ao longo das calçadas
triste, como as árvores da rua



Luciano Martini

5 comentários:

Suzana Guimarães disse...

Sou esta flor no asfalto e sou, ou melhor, estou "silêncio de livraria".

Um abraço,

Suzana/LILY (a primeira é real, a segunda, ficção da primeira)

Ana Kalil disse...

A flor leve e delicada, contrastando com o ambiente rude do asfalto... Certas épocas me sinto como esta flor...!

Lindos versos, grande poeta!

Bjos

kmfl disse...

imagino o processo de atravessar o asfalto...

Eu disse...

Lindos versos...

Obrigada de coração por sua presença em palavras nesse ano de 2010...

Desejo que seu natal seja rico em paz e amor e o novo ano seja repleto de muitas dádivas!

Um beijo carinhoso

Anônimo disse...

'Flor que vence o asfalto com músculos de seda'

Consegues dar um toque nos versos que se tornam márgicos

Parabéns

Estou começando agora, se der, passe pelo meu ;)
Feliz natal