sábado, 20 de junho de 2009

Canção de Ninar

Dá-me imagens para que eu possa sonhar e, perdoa-me se a luz dos meus olhos não carrega a luminosidade dos crepúsculos que irresponsavelmente tento descrever. Meu encanto por passagens secretas e corredores de biblioteca, vez por outra, me confundem, porém é através deles, que descubro os mais belos jardins de névoas coloridas e os pianos que tocam canções do passado quando a gente fecha os olhos.
Eu amo o outono, mas sou parte do inverno e carrego flores no meu bolso para me lembrar da primavera. Eu canto, mas meu canto é monótono, porque fiquei preso entre dunas de minha meninice e a bela praia de ondas perfeitas, onde surfo todos os dias, quando me deito entre travesseiros e edredons. Eu tentei aprender poesia com um poeta que conheci numa encosta com vista para baía, onde o mar era verde e as pedras azuis.
Eu costumava carregar na mão direita um livro e na mão esquerda um caderno dos mais belos poemas, até que um dia, uni minhas mãos e braços num abraço e, o caderno e o livro se confundiram tornando-se um só.
Eu tenho um banco no parque que divido com mendigos e pássaros.
Todos passam por ele e não percebem o quanto é especial. Pois no dia certo, na hora certa, com a melodia certa e com o aroma certo; um raio de sol o ilumina transformando-o em um portal de brisas medievais.


E a gente sonha outros sonhos...





Luciano Martini

2 comentários:

Aline disse...

Seus poemas noz faz viajar para onde você vai quando os escreve!

Parabéns.. há algum tempo não lia algo tão lindo!

Pri C. Figueira disse...

Não sei nem o que dizer...
Seu texto não requer comentários, apenas deve ser lido e deixar que doçura dele invada nosso interior!
Lindo!