sábado, 19 de setembro de 2009

Fuga Interna


Nesta estranha sala de espera, olhos sutis me espreitam por entre samambaias e revistas. O odor forte de amônia desperta um cenário de hospitais sombrios, onde um choro agonizante invadia corredores e leitos desarrumados. A cidade silencia sufocando sua estridente sinfonia num sussurro tenebroso e fantasmagórico. O palpitar do coração me alerta que não estou só. meus medos e temores vieram para me fazer companhia.
As paredes vazias me contemplam, e onde repousavam quadros e fotografias, restaram marcas de bolor e manchas, desenhando estranhos rostos num muro de imaginação. Fecho meus olhos para escapar desta masmorra de realidade absurda, e na velocidade de um pensamento viajo para meu banco de praça em meu lugar secreto, e por alguns instantes consigo me ver ali sentando, recebendo as carícias de um vento quente que movimenta todo um cenário de encanto e familiaridade.
Em minha visão, eu simplesmente me deixo ficar ali. Todo dia.
Ainda espero aquela visita...



Luciano Martini

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Luciano!

Lindo e malancólico texto.Bom que tenha o refúgio do lugar secreto...
Que chegue logo a visita que espera!!!rs

Forte abraço, poeta!

Almerinda